Primeira volta da Liga Zon Sagres 2012/2013 – Balanço
(imagem retirada de zerozero.pt)
Ao olhar para a classificação da Liga Zon Sagres 2012/2013, após se terem completo as primeiras 15 jornadas correspondentes à primeira volta, a palavra em que penso é “equilibrio”. Não é um equilíbrio total mas sim um conjunto de dois equilíbrios. O primeiro observa-se na luta pelo título cada vez mais resumida a dois clubes. FC Porto e Benfica caminham lado a lado, tão iguais que é preciso recorrer ao segundo critério de desempate para se estabelecer um primeiro classificado. Estas duas equipas mostraram ser muito superiores aos restantes competidores e isso reflecte-se na classificação. Ambas completaram a primeira volta sem derrotas e apenas com 3 empates. Uma delas, o FC Porto, possui a melhor defesa e o segundo melhor ataque da prova. A outra, o Benfica, possui o melhor ataque e a segunda melhor defesa da prova. Com isto, facilmente se explicam os 10 pontos de diferença que partilham para o terceiro classificado, um Sporting de Braga a cumprir com os seus objectivos mas que mostra não ter andamento para acompanhar os dois fugitivos no topo da tabela.
E é esta equipa do Braga, a que mais foge aos tais equilíbrios. Os minhotos encontram-se numa espécie de limbo, cada vez mais longe da luta pelo título mas cada vez mais perto de uma qualificação europeia que dificilmente fugirá. Mostraram ser uma equipa concretizadora mas a sua defesa é permeável demais para que possa aspirar a mais do que um terceiro lugar e são obrigados a assumir-se cada vez mais como o primeiro dos últimos em vez do último dos primeiros, ao contrário do que aconteceu em épocas anteriores.
Continuando a olhar para a classificação, descobrimos, após o Braga, outra equipa que teima em fugir aos tais dois equilíbrios classificativos. O Paços de Ferreira é, com todo o mérito, a grande sensação da primeira metade da prova. Olhando para as estatísticas, ressalta o facto de possuir a terceira melhor defesa da prova e facilmente se percebe que é aqui que reside a sua maior força. Sem grandes estrelas a cintilar pelo relvado da Mata Real, o seu treinador Paulo Fonseca trabalhou de forma notável o que tinha para fazer do equilíbrio e organização defensiva a sua receita para o sucesso. Curioso reparar também que a equipa possui um registo muito semelhante dentro e fora de portas, algo que atesta também a sua força defensiva. Vai ser interessante ver como se vai comportar esta equipa na segunda metade da temporada, principalmente se não perder nenhum dos seus jogadores chave.
Daqui para baixo, existem 7 pontos a separar um lugar que dê qualificação para a Liga Europa de um que provoque descida de divisão. Isto faz com que existam cerca de 11 clubes que em duas ou três jornadas podem passar da glória ao desespero e do desespero à glória. É uma situação muito interessante para quem segue a Liga portuguesa mas que põe os cabelos em pé a 11 treinadores. É neste grupo que se encontra a maior desilusão da prova, o Sporting que acaba a primeira volta em 9º lugar, na segunda metade da tabela, com o segundo pior ataque do campeonato (juntamente com Gil Vicente e Moreirense). Além dos resultados menos condizentes com o seu estatuto, mostrou exibições de fraca qualidade e vários jogadores em sub rendimento quase constante. Os seus adeptos desesperam e acabam por se tornar mais inimigos do que apoiantes, fazendo com que a equipa pareça jogar sempre sobre brasas. Compreende-se. Para um clube da sua dimensão exige-se que, pelo menos, lute pelo acesso à Liga dos Campeões. Ver-se enrolado neste mar de clubes, não pode deixar de ser preocupante. Vai ser também interessante acompanhar a segunda volta dos leões e perceber se as mudanças significativas efectuadas no plantel, agora liderado por Jesualdo Ferreira, velha raposa dos relvados, vai ter algum efeito positivo.
Chegando à cauda da tabela, com apenas 8 pontos, encontramos um Moreirense cada vez mais último. É uma equipa que tenta praticar bom futebol e, a espaços, consegue-o, o que torna a sua classificação algo surpreendente. No entanto, apresentou uma tendência para perder pontos nos últimos minutos dos jogos que se tem revelado fatal. Reforçou-se para atacar a segunda volta do campeonato mas já parte com uma desvantagem significativa e um peso grande nas suas costas.
De notar que à altura da publicação deste artigo, com a primeira jornada da segunda volta já disputada, as tendências mantêm-se. Apenas se observa que o Braga está definitivamente afastado da luta pelo título e que, agora, tem de se preocupar com o Paços de Ferreira, seu perseguidor a apenas 1 ponto de distância. Conclui-se que fazer previsões para o final deste campeonato é, neste momento, jogar na sorte. Só pode ser bom.