Josué, médio criativo do Paços de Ferreira |
Jogador formado no modesto Candal, mudou-se no primeiro ano de júnior para o Futebol Clube do Porto, e era apontado como um dos mais talentosos médios da sua geração mas apesar de ter coleccionado algumas internacionalizações nas selecções jovens, atingindo a idade de sénior, nunca se conseguiu impor na principal equipa dos azuis e brancos. Após dois anos de empréstimo, passando sem grande destaque pelos secundários Sporting da Covilhã e Penafiel e também pelo pequeno clube holandês Venlo, parecia ser mais um dos inúmeros casos de jogadores que se perdem na transição para a idade de sénior e a sua dispensa do Dragão foi vista como natural. Tendo passado a ser um jogador livre, Josué rumou ao Paços de Ferreira e após uma primeira temporada onde não se conseguiu impor com regularidade no onze titular, aparece agora como indispensável ao esquema com que Paulo Fonseca organizou os castores e tem sido um dos destaques da edição 2012/13, da Liga Zon Sagres, beneficiando também da bela campanha que o seu Paços de Ferreira está a realizar.
Josué fez a formação como médio ofensivo mas nunca foi um número 10 clássico. Tem garra para pressionar o adversário e apresenta uma mobilidade acima da média o que parece fazer dele mais um médio centro de cariz ofensivo do que um verdadeiro médio organizador de jogo. É um jogador de equipa e, quando sozinho no meio campo ofensivo, obrigado a tomar as rédeas da equipa, perde-se um pouco. Paulo Fonseca percebeu bem isso e encaixou o talento de Josué no seu meio campo a quatro. Assim, ao observarmos o Paços de Ferreira, reparamos que Josué joga como médio ofensivo mas mais descaído para uma das alas, normalmente a esquerda, onde tira partido da boa capacidade de passe que possui quando utiliza o pé esquerdo para efectuar cruzamentos com qualidade ou passes de morte para a grande área, normalmente após combinar com Vítor num verdadeiro jogo de pares que comanda o jogo ofensivo dos castores. Com boa capacidade técnica, consegue segurar a bola quando a equipa precisa de serenidade ou efectuar um drible para ganhar espaço. Não é, no entanto, muito rápido. É ainda um bom marcador de bolas paradas, sendo frequente efectuar a marcação de cantos e de livres directos.
Não espanta quem está mais atento à campanha dos pacenses que tenha sido o Jogador do Mês de Fevereiro para a Liga de Clubes e que tenha sido pré-convocado por Paulo Bento para a Selecção Nacional. Acabou por ficar fora do lote final que o seleccionador levou para os jogos com Israel e Azerbaijão mas pode considerar que subiu mais um degrau na sua carreira, mesmo que pequeno. A continuar assim, poderá vir a confirmar o que se esperava dele enquanto júnior e, segundo algumas noticias postas a circular, até o poderá vir a fazer no FC Porto, clube que parece interessado no seu regresso. Seria voltar pela porta grande do Dragão mas, mesmo que não se concretize, está aqui um médio para voos mais altos, à atenção de clubes de maior dimensão do que o Paços de Ferreira.